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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Quem tem medo do Povo Armado?


Artigo de Mário Barbosa Villas Boas, em 19/04/2011.
Quem tem medo de um povo armado? Porque armas nas mãos de cidadãos comuns representam um perigo para a ordem pública? Quais são os riscos de permitir que qualquer cidadão tenha acesso a armas de fogo?

Perguntas como essas são evitadas por autoridades e militantes dos movimentos anti-armas. Mas essas são as questões-chave no debate desarmamento x liberdade de porte de armas.

Quando eu defendo em público a liberação de porte de armas por parte do povo em geral sempre ouço alguém perguntar "Mas porque liberar?". Irrita-me ter que responder uma pergunta tão óbvia quanto impertinente. A liberdade não precisa de justificativa. A proibição é que precisa. A pergunta correta é "Porque proibir?" Essa sim precisa ser respondida. No entanto, autoridades e militantes anti-armas sequer tentam respondê-la.

O governo e os integrantes dos movimentos pró-desarmamento parecem pensar que o povo armado é um perigo. Perigo para quem? Eu respondo: para os inimigos do povo. Sim, com certeza, um povo armado representa um grande perigo para quem quer que deseje atacá-lo ou usar de qualquer tipo de violência contra ele.

Se um cidadão armado é assaltado por um ladrão ou um bando armado, deve usar sua arma para reagir ao assalto? Só muito excepcionalmente isso seria uma boa idéia. Mas um bandido pensaria muitas vezes antes de usar uma arma contra um cidadão num local público se soubesse ou suspeitasse que haveria, entre os demais freqüentadores no mesmo local, uma quantidade razoável de pessoas armadas.

A vítima só usaria sua própria arma se o agressor cometesse um erro, um instante de vacilação ou distração. Mas se dentre as demais pessoas presentes no local houver uma ou mais pessoas armadas, esses poderão usar suas armas para defender o agredido. Sabendo disso e sabendo haver uma fração não desprezível de pessoas armadas no local, pessoas propensas a atos violentos se sentiriam muito mais inibidas para a prática de tais atos.

Porque proibir? O que se ganha com isso? Olhemos para o mundo e veremos: Regimes democráticos, onde o governo efetivamente representa o povo, confia nele e merece dele também confiança aceitam e toleram o povo armado. Em alguns casos até incentivam (Suíça, por exemplo). Regimes opressivos, centralizadores e anti-democráticos, por outro lado, não toleram o povo armado. Por quê? Porque com armas, o povo pode resistir à opressão.

O governo quer se aproveitar da comoção da tragédia de Realengo para voltar a uma questão já decidida em referendo: proibir a fabricação e venda de armas no Brasil. O objetivo NÃO é a segurança do povo. Afinal, as armas usadas na chacina foram obtidas ilegalmente.

Se o resultado do plebiscito já realizado tivesse sido a proibição da venda, isso não teria impedido a tragédia, pois aumentar a dose de ilegalidade no porte de armas não teria impedido o acesso do agressor às armas que usou.

Se a lei que está em vigor hoje fosse cumprida, a tomada do Morro do Alemão não precisaria ter sido feita carros blindados. Porque torná-la mais dura então? Quem ganha o que com isso? Certamente não a lei e a ordem. Quem ganha com isso são os governantes e autoridades públicas propensas a abusos de autoridade, bem como grupos de criminosos organizados que têm acesso ilegal a armas. Esses serão os únicos beneficiários de um eventual novo referendo que reforme a decisão do anterior.

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